segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Motivação na Aprendizagem

Autora: Cássia Ravena Mulin de Assis Medel

Um bom didata, tem no seu ânimo, fonte de motivação para todos...

Os professores estão sempre se perguntando sobre o que devem fazer para que os alunos realmente aprendam. Segundo o dicionário Silveira Bueno, motivação quer dizer exposição de motivos ou causas; animação; entusiasmo. Através dessas definições, pode-se constatar que estar motivado é estar animado, entusiasmado. Para isso, é necessário ter motivos para se chegar a esse estado.

Qualquer coisa que se faça na vida, é necessário primeiro a vontade de realizá-la, senão nada acontece. Isso também ocorre na educação. Educação requer Ação e como resultado dessa ação, há o APRENDIZADO. Mas para que se realize a ação e esta resulte no aprendizado é necessário, inicialmente, que haja a VONTADE, nesse caso, a vontade de aprender. O professor deve descobrir estratégias, recursos para fazer com que o aluno queira aprender, em outras palavras, deve fornecer estímulos para que o aluno se sinta motivado a aprender. Como por exemplo:

. Dar tratamento igual a todos os alunos;
. Aproveitar as vivências que o aluno já tem e traz para a escola no momento de montar o currículo, incluir temas que tenham relação, isto é, estejam ligados à realidade do aluno, a sua história de vida, respeitando a sua vida social, familiar;
. Mostrar-se disponível para o aluno, ou seja, mostrar que ele pode contar sempre com o professor;
. Ser paciente e compreensivo com o aluno;
. Procurar elevar a auto-estima do aluno, respeitando-o e valorizando-o;
. Utilizar métodos e estratégias variadas e propostas de atividades desafiadoras;
. Mostrar-se aberto e afetivo para e com o aluno;
. “Acolher” realmente o aluno;
. Dar carinho e limites na medida certa e no momento adequado;
. Manter sempre um bom relacionamento com o aluno, e consequentemente, um clima de harmonia;
. Fazer de cada aula um momento de real reflexão;
. Ter expectativas positivas acerca do aluno;
. Saber ouvir o aluno;
. Não ridicularizá-lo jamais;
. Amar muito o que faz, a sua profissão de professor;
. Mostrar para o aluno que ele pode fazer a DIFERENÇA, isto é, que ele tem o seu lugar e o seu valor no mundo;
. Perceber que ele, o professor, pode fazer a DIFERENÇA, para o aluno;
. O professor deve ensinar o aluno a ser ético e crítico, mostrando a ele que a crítica é boa , desde que feita de maneira adequada e que a ética é fundamental em qualquer relacionamento humano, em qualquer ambiente: Familiar, Social, Escolar, entre outros.

Sobre a aplicação do Método Socrático

Que trabalho maravilhoso foi aquele realizado em sala de aula! Foram formados três grupos de perguntas, respostas e observações sobre os seguintes textos: "Características e atitudes dos professores que mantêm bom relacionamento com os alunos" e "O professor como figura-chave na motivação dos alunos".

Foi evidenciado a grande importância da figura do professor e do aluno no processo de ensino-aprendizagem. O professor motiva o aluno e o aluno motiva o professor. A sintonia entre as duas partes é essencial e as habilidades interpessoais fazem a diferença no processo.

As perguntas foram inteligentes e levaram os alunos a grandes reflexões sobre a educação no nosso país. Durante o trabalho, foi nítido o processo de ensino-aprendizagem entre todos os participantes. Eu, como participante do grupo de observação, tive bastantes insights durante o processo (a diferença entre observar de forma planejada e observar por observar).

Parabéns a todos os participantes!

domingo, 16 de novembro de 2008

Programa Escola Aberta

Criado por meio da resolução nº 52, o Programa Escola Aberta se propõe a repensar a instituição escolar como espaço alternativo para o desenvolvimento de atividades de formação, cultura, esporte e lazer para os alunos da Educação Básica das escolas públicas e suas comunidades nos finais de semana. Elevar o nível da qualidade da Educação, contribuir com a consolidação de uma cultura de paz e estreitar as relações entre escola e comunidade são alguns dos objetivos centrais do Programa.

Institucionalizado por meio de um acordo de cooperação técnica entre o Ministério da Educação (MEC) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), o Programa é executado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e atende, atualmente, a 2.065 escolas, que organizam mais de quatorze mil oficinas, subdivididas nas áreas de Cultura e Arte; Esporte, Lazer e Recreação; Formação Complementar; Trabalho e Geração de Renda, entre outras. Cerca de 235 mil pessoas participam destas oficinas. Estão em funcionamento escolas abertas em todos os estados brasileiros. São parceiras do Escola Aberta 26 Secretarias Estaduais de Educação e 87 Secretarias Municipais, além da Secretaria de Educação do Distrito Federal.

Em 2007, o Programa destinou, em recursos da União, R$ 45 milhões às escolas abertas das redes municipais e estaduais. Os recursos são transferidos pelo Programa Dinheiro Direto na Escola / Funcionamento das Escolas aos Finais de Semana (PDDE/FEFS) e destinados à aquisição de materiais permanente e de consumo de maneira a viabilizar a realização das oficinas. Anualmente, o Fundo Nacional de Desenvolvimento para a Educação (FNDE/MEC) publica uma resolução que estabelece as normas para o repasse de recursos para as escolas integradas ao Programa Escola Aberta.

As secretarias estaduais e municipais selecionam as escolas abertas, de acordo com as normas estabelecidas pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD/MEC), conforme critérios de Regiões Metropolitanas e comunidades em situação de vulnerabilidade social; de oferta de infra-estrutura física para a realização das oficinas; de adesão voluntária ao Programa; de constituição de unidade executora (UEx), registrada como entidade de Direito privado, representativa da escola e responsável pela execução e prestação de contas dos recursos públicos; do preenchimento correto dos formulários de adesão, solicitados anualmente pelo FNDE, e envio destes documentos assinados pelos dirigentes correspondentes, além da prestação de contas, em dia, do PDDE, em todas as suas modalidades, nas esferas de Governo às quais pertençam.

Frases de Paulo Freire

Paulo Freire foi um homem de idéias e é de uma prática renovadora progressista e democrática. Suas frases, nas mais diferentes fases da sua vida, têm a capacidade de expressar a sua concepção pedagógica, ideológica, educacional, além de revelar um pouco mais da sua sensibilidade, carinho e paixão pela vida, pelo ser humano.

“Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.”(Educação na Cidade, 1991.)

“Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se libertam em comunhão.”(Pedagogia do Oprimido, 1968.)

“A pessoa conscientizada tem uma compreensão diferente da história e de seu papel nela. Recusa acomodar-se, mobiliza-se, organiza-se para mudar o mundo.”(Cartas à Cristina, 1994.)

“O amor é uma intercomunicação íntima de duas consciências que se respeitam. Cada um tem o outro como sujeito de seu amor. Não se trata de apropriar-se do outro.” (Educação e Mudança, 1979.)

Dizer a Palavra e Transformar o Mundo

“O homem não pode participar ativamente na história, na sociedade, na transformação da realidade se não for ajudado a tomar consciência da realidade e da sua própria capacidade para a transformar. (...) Ninguém luta contra forças que não entende, cuja importância não meça, cujas formas e contornos não discirna; (...) Isto é verdade se se refere às forças da natureza (...) isto também é assim nas forças sociais (...). A realidade não pode ser modificada senão quando o homem descobre que é modificável e que ele o pode fazer.“(FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987).

Educação e Mudança

Imagine que um cidadão tivesse dormido um século e acordasse agora. O mundo seria uma grande surpresa para ele. Aviões. Celulares. Arranha-céus. Ao entrar numa casa, ele não conseguiria entender o que é uma televisão. Ou um computador. Poderia se maravilhar com uma barra de chocolate. Escandalizar-se com os biquínis das moças. Perder-se num shopping center. Mas, quando ele deparasse com uma escola, finalmente teria uma sensação de tranqüilidade. "Ah, isso eu conheço!", pensaria, ao ver um professor com um giz na mão à frente de vários alunos de cadernos abertos. "É igualzinho à escola que eu freqüentei."

Essa parábola é quase tão velha quanto o personagem que dormiu cem anos. É contada em inúmeras palestras e cursos de reciclagem de professores. Ilustra como a escola se mantém fossilizada, num mundo que não pára de mudar. A escola como a conhecemos hoje é fruto de uma sociedade forjada no século XVIII, quando a Revolução Industrial e o fortalecimento dos Estados modernos criaram a necessidade de formar cidadãos qualificados para um novo mercado de trabalho. A Revolução Francesa e a independência americana também inspiraram um ideal igualitário, que disseminou a idéia da educação como um direito de todos. Era uma ruptura em relação à escola antiga, voltada para a formação de uma elite - fosse a casta religiosa da Idade Média, os burocratas a serviço dos reis ou os aristocratas da Grécia clássica. Com a inclusão das massas na escola, foi preciso criar mecanismos de homogeneização. Vieram daí a divisão dos alunos em séries, a especialização dos professores em disciplinas e a sistematização de um ensino básico a ser transmitido para todos.

A Pedagodia da Autonomia

Freire introduz Pedagogia da autonomia explicando suas razões para analisar a prática pedagógica do professor em relação à autonomia de ser e de saber do educando. Enfatiza a necessidade de respeito ao conhecimento que o aluno traz para a escola, visto ser ele um sujeito social e histórico, e da compreensão de que "formar é muito mais do que puramente treinar o educando no desempenho de destrezas" (p.. 15).